domingo, 2 de junho de 2013

Boa noite a todos!

Demoramos, mas conseguimos postar o vídeo no youtube. Ele foi resistente conosco, não queria aceitar nosso vídeo. Mas agora deu certo, e vejamos por quanto tempo o youtube vai aceitar hospeda-lo...

Preparamos um texto resumindo nossa fala do dia que apresentamos o vídeo. Esperamos que vocês façam bom uso disso para vida.

Segue abaixo o texto e link do vídeo:

A HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DOS MODOS DE PRODUÇÃO

A sociedade na qual vivemos não é estática, ela passa por mudanças que vivenciamos. Para compreendermos a realidade na qual vivemos e na qual iremos trabalhar, para escolhermos nossas atividades profissionais com maior clareza, precisamos conhecer esse movimento da história. Te convidamos a olhar um pouco mais de perto o desenvolvimento dos modos de produção. Faremos um breve passeio pelo comunismo-primitivo, escravismo, feudalismo e capitalismo.

Sociedade comunal-primitiva
Na sociedade comunal-primitiva a organização social dos homens tinha como características básicas a coleta de alimentos (vegetais e pequenos animais), a cooperação entre todos no trabalho e o fato de os instrumentos de trabalho pertencerem a todos. Não existia Estado, dominação de classe sobre classe, nem de sexo sobre sexo. Essa sociedade existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo escravismo, feudalismo e capitalismo não ultrapassa cinco milênios. Não existia o formato de família que existe hoje, a sociedade primitiva era matriarcal, as relações sexuais eram livres por parte das mulheres e dos homens. 
Com a descoberta da semente e da criação de animais, apareceram a agricultura e a pecuária, e consequentemente os homens passaram a produzir mais do que precisavam para sobreviver. Formaram-se clãs separados, denominados “família ampla”, depois formaram-se as famílias individuais, denominadas “família nuclear” (pai, mãe e filhos), e foram consideradas como unidade fundamental da sociedade.
A maior parte das riquezas acabou nas mãos de uma minoria privilegiada que conseguiu dominar e dirigir a comunidade, bem como explorar um número maior de trabalhadores. Começaram a surgir os reis-sacerdotes, os nobres, os guerreiros que viviam em templos e palácios e governavam o resto da população. Assim, começaram os reinos agrícolas e as civilizações grega e romana. O Estado surge para legalizar e promover o governo dos ricos sobre os trabalhadores.

            Escravismo
As principais sociedades escravistas foram a Grécia e Roma antigas. Pela primeira vez na história havia propriedade privada e exploração de uma classe por outra.
No escravismo, a propriedade era do pai individual de família e era transmitida de pai para filho.
Os homens se converteram em produtores e as mulheres foram trancadas em casa e privadas de sua anterior liberdade econômica e sexual. Surgiu o casamento monogâmico, pois um homem rico precisava de uma mulher que lhe desse herdeiros legais, portadores de seu nome, para herdar sua propriedade. Porém, a monogâmia era somente para a mulher, uma vez que somente ela era castigada pelo marido ou pelas leis quando quebrava os votos matrimoniais. A mulher se tornou escrava doméstica. A principio, o matrimônio foi instituido somente para os proprietários.
Havia duas principais classes: escravos e proprietários. Os escravos também eram propriedade, eram considerados instrumentos e não possuíam direito algum. Havia a divisão social do trabalho entre cidade e campo, trabalho manual e intelectual. A produção era destinada ao consumo local.

Feudalismo
            A passagem do escravismo para o feudalismo se deu de forma lenta e gradativa, foi um processo descentralizado e sem a presença de uma classe revolucionária.
            No feudalismo existiu uma divisão social baseada em três grandes classes. O clero, que era responsável pelos assuntos da igreja; a nobreza, também conhecidos como senhores feudais, eram responsáveis pela segurança do feudo e detinham a posse das terras; e os servos, que eram a grande maioria da população e compunham classe produtora.
            Os servos trabalhavam nas terras dos senhores feudais e por isso tinham que entregar a maior parte de sua produção ao senhor feudal, para que esta fosse distribuída entre todas as classes sociais deste sistema, ficando apenas com uma pequena parcela de sua produção. Diferente do escravismo, onde um ser humano possuía a posse de outro ser humano, no feudalismo, as relações de exploração se davam por meio da posse das terras.
            No feudalismo o trabalhador tinha um contato maior com sua própria produção, o que levou ao desenvolvimento de novas técnicas de trabalho, possibilitando um aumento na produtividade. Consequentemente, houve uma elevação da qualidade de vida, o que levou a um aumento demográfico.
            Esse excedente populacional iniciou um processo de êxodo rural, formando vilarejos próximos aos castelos dos senhores feudais. Esses vilarejos eram chamados de burgos. Nos burgos, começa a surgir uma nova classe social, composta por artesãos e comerciantes. Essa nova classe social é a chamada burguesia.
            A ascensão de uma nova classe social revolucionária teve diversas consequências como, por exemplo, o início do declínio tanto do clero quanto da nobreza. A burguesia também detinha posses e, por isso, questionava os privilégios do clero e da nobreza.
            A burguesia foi responsável por uma séria de mudanças no modo de produção feudal como, por exemplo, o início da divisão do trabalho, a posse dos meios de produção e a compra da força de trabalho, que posteriormente levaram a um novo modo de produção, o modo de produção capitalista.
           
Capitalismo
Para compreender o modo de produção vigente hoje em dia, podemos pensar a partir da década de 70, quando o capitalismo sofreu uma crise estrutural e foi preciso realizar uma série de reestruturações. Houve inovações tanto no aspecto organizacional tecnológico quanto na dimensão político ideológica. Teve início a mundialização do capital, ou seja, o processo de globalização. Isso gerou um grande impacto no mundo social do trabalho, alterando a vida cotidiana dos trabalhadores.
Em termos políticos, surgiu o neoliberalismo ou Estado Mínimo. O neoliberalismo propõe que não haja nenhuma regulação política do mercado. Seus principais ícones foram Margareth Tatcher na Inglaterra (1979) e Ronald Reagan nos EUA (1980). Essas reformas estruturais se estenderam para diversos países e chegaram no Brasil nos anos 90, quando o governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) implementou um processo de privatização e enxugamento do Estado.
No aspecto organizacional tecnológico, a primeira grande inovação da produção capitalista foi quando Henry Ford implementou o uso da esteira em suas fábricas, possibilitando a produção em massa do famoso modelo de automóveis Ford T. Essa forma de organização das fábricas ficou conhecida como fordismo e é utilizada até hoje. Taylor também contribuiu com esse processo, elaborando a Administração Científica do Trabalho, um conjunto de teorias e técnicas que dá base para o controle detalhado de todas as etapas de produção. Posteriormente surge o toyotismo, novo modelo de organização da produção baseado na captura da subjetividade, ou seja, era necessário conseguir a cooperação dos trabalhadores com os programas de elevação da produtividade.
O toyotismo teve como consequencia uma revolução cultural, que ocorreu por meio da reformatação das práticas discurso-midiáticas. Houve uma modificação na organização de poder nas fábricas, o controle tornou-se mais sutil. A dominação está baseada na introjeção das normas e regras, não numa repressão explícita, é uma dimensão psicológica da dominação.
            Os novos métodos de gestão são baseados na qualidade total e na produção Just in time, ou seja, não se faz estoque, mas se produz de acordo com a demanda do mercado. Esse modo de produção requer um novo homem, mais flexível, eficiente, comunicativo e colaborador. A noção de competência está relacionada com uma capacidade do trabalhador que deveria ser demonstrada no âmbito de uma especificidade do trabalho. A competência é a condição básica de um novo homem que atenda aos desafios das transformações sociais. Desenvolver as competências num mundo competitivo é gerar outras competições, uma estratégia de produtividade e aumento de lucro.
            Essas novas relações de trabalho implicaram na elaboração de um aparato ideológico que atua desde a formação profissional, na educação. Foi elaborada uma pedagogia com bases na ideologia das competências. O toyotismo se expressa na educação produzindo subjetividades adequadas à nova organização produtiva. Essa educação, que tem como objetivo atender aos requisitos produtivos, perde os conteúdos humano-críticos.
            O trabalhador é convocado a vestir a camisa, a envolver-se com os valores de mercado, no qual deve ter um comportamento adequado ao alcance de metas. Deve ser um indivíduo capacitado para a ampliação da produtividade e da riqueza.
A educação passa a ser considerada como mera produtora de capacidade de trabalho. O homem é considerado como capaz de escolher os melhores caminhos para o  seu sucesso econômico, livre das pressões externas do sistema capitalista. É atribuida aos homens a responsabilidade por seu sucesso ou fracasso, ao mesmo tempo em que o aumento da tecnologia e o surgimento da microeletrônica reduzem os postos de trabalho. Os sujeitos devem ser capazes de se adaptar ao mercado excludente e competitivo. As tecnologias microeletrônicas exigem um novo nível de qualificação profissional. A pessoa deve ser responsável por desenvolver suas próprias competências.

O toyotismo, o neoliberalismo, a reestruturação produtiva e política do capital e a globalização atuam de forma a obscurecer a realidade social. O discurso das competências desconsidera a sociedade de classes e o fato de que pouquíssimos possuem meios de produção.


Emanuelle Bien
Fernanda Castro
Pedro Sartori


ORIENTADORA:
Profª Dra. Silvana Calvo Tuleski

CONTATO
grupo16.uem2013@gmail.com

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